HISTÓRIA DOS QUADROS

 

A CHEGADA

a chegada - 200           

Gosto de fazer contrapontos com títulos já usados (A partida).  Neste, os trens estão presentes novamente e são eles que chegam ao seu  destino, ou seja invadem o meu mundo.


A JANELA  (DÍPTICO)

a janela - 200 

Faz parte da série "Janelas", que de tempos em tempos retomo.  Seria  uma típica vista de um castelo francês, se não fosse pelos lápis, fósforos, linhas e carimbo no céu. Utilizo a associação de imagens entre o que vejo (ponta- torre dos castelos) e o que tenho no meu atelier (lápis com ponta)


A RUPTURA DO SUPORTE

a ruptura do suporte - 200 

O Título surgiu através de uma brincadeira que fiz com o tema dado a uma  Bienal que sugeria que a arte se "livrasse" do suporte e voasse...  Então tirei a tela do suporte e deixei os pássaros voarem livres. É uma idéia que persigo: fazer com que alguns elementos da obra tomem vida e tenham vôo próprio.


ÁLBUM DE FAMÍLIA

album de familia - 200

Trata-se de resgate de imagens de infância ou de imagens que fazem parte da minha história.  A foto em branco e preto é de meu pai. Usei com freqüência, fotos antigas em meus quadros, pois contam uma história, tem reminiscência, um passado... Embora sejam pertinentes ao meu passado, trazem lembranças a todos que as vêem. Quem não se lembra ou já não teve nas mãos um álbum como este?

O menino está com os pés apoiados num brinquedo antigo, que ainda se vende hoje. Eu costumava brincar muito com ele, tendo como companhia um primo da mesma idade. 

Os cachorros (e animais em geral) sempre fizeram parte da vida de meu pai, da minha na infância e o fazem até hoje.  Acredito que a maioria de nós teve um animal de estimação numa certa época da vida. Para mim, os animais são tão importantes a ponto de figurar nesta obra


BACK TO HOLLAND

back to holland - 200 

Esta é a estória de um pacote que eu recebi da Holanda. Por isso o papel de embrulho, as cordas, o plástico bolha, etc... Dentro, tento utilizar um recurso filmográfico, quase um storyboard, onde ao mesmo tempo  que se vê o interior de uma sala, também se vê a paisagem tipicamente  holandesa.

Para fazer a passagem entre uma cena e outra, escolhi um armário. Ele é ao mesmo tempo um armário na sala e um prédio quando a cena da rua começa ... A ação fica por conta dos holandeses, que estão dando uma festa daquelas e estão todos bêbados. Até o selo que é o Rembrandt,  está bêbado! 

Depois, faço umas brincadeiras com os planos, tipo a do garçom a direita  que parece estar com a garçonete (que está num plano mais adiante) em  cima da bandeja, ou do pequeno personagem a esquerda que está sentado na  gola do velho holandês no primeiro plano. Existem outras brincadeiras – é só encontrar..


BRASIL

brasil - 200 

Quando me foi dado o desafio de fazer um quadro com a imagem da bandeira do Brasil, fiquei com a responsabilidade dupla de criar algo muito especial, por se tratar de um símbolo de um país e ao mesmo tempo usar o Brasil como tema, algo quase inexistente na minha trajetória como pintora. Imaginei como fazer esta representação mostrando o que de mais bonito e significativo ele tem. Espero ter conseguido, mas outras obras com o mesmo tema virão.

No imenso verde da bandeira ( ocupa quase toda a imagem dela ) pintei  as cataratas,  plantações, nossas matas, pastagens e o nosso futebol.

No amarelo, pintei  nossas belas praias, e voltei no tempo quando me lembrei dos pequenos aviões que passavam com faixas anunciando algum produto ou evento na temporada de verão. Lá está o pequeno avião com a faixa “Ordem e Progresso”.

O azul, é o mar “imenso” no formato de um globo ( o Brasil está em destaque ) e os barcos representam os estados. Que me perdoem, mas o barco maior representa São Paulo. Nem precisa dizer onde nasci !

Não há como se falar de Brasil, sem se mostrar o futebol ( no campinho à direita ) ou o carnaval, representado no confete e serpentina espalhados em cima da mesa.

Ao  fundo, um calendário de madeira com o mês e ano do nosso descobrimento. No processo de  industrialização do Brasil, o pequeno automóvel amarelo, representa a indústria automobilística e o avião, o desenvolvimento da indústria aeronáutica, com as cores da bandeira de São Paulo, estado sede da Embraer.

Por fim, algo que me representa : o pincel, que em descanso, após ter ilustrado todas as alegorias, faz a imagem voltar ao que realmente é : uma bandeira.

 CANALETTO

 canaletto - 200

Veneza é uma imagem recorrente no meu trabalho.  Esta é a visão mais poética de uma estante, usando a mesma sensação de  movimento dado ao personagem "Mezzetino" (da Commédia Dell'Arte) que  balança em uma fita que marca um livro. Também a idéia absurda de uma gôndola dentro de uma gaveta.


CARTA DE SULLY

carta de sully - 200 

Havia acabado de chegar de Paris quando recebi uma carta de amigos que moravam lá. Fiz um quadro com esse tema "Carta de Paris", onde a imagem sai do envelope.  A partir daí, venho criando outras cartas de outros lugares, como este da região chamada Sully na França.


CARTA DE VENEZA

carta de veneza - 200 

Faz parte da série das cartas, onde me imagino recebendo carta de lugares que gostaria de estar, como Paris, Veneza, etc... Toda a ambientação é voltada para Veneza, inclusive o personagem da Commédia Dell’Arte. Na carta, ao invés de palavras, pintei imagens.

DE QUEM É ESSA MÃO?

de quem e essa mo - 200 

Assumo novamente a personalidade do meu auto-ego o Mezzetino, em truques e brincadeiras... Na obra desafio a encontrarem as mãos que correspondem a cada personagem. São três personagens e oito mãos Será que tem um escondido e só as mãos aparecem?  Deixo esta resposta para o espectador. Cada um terá uma diferente, com certeza!


ENXUTA

enxuta - 200

Esta é possivelmente a imagem mais simples que fiz e na verdade apresenta  um significado bem direto, sempre se levando em conta o lado surreal. Dá  para se secar uma gota ao sol como se fosse roupa ?


ES WAR EINMAL

es war einmal - 200 

Por tudo que foi ouvido durante o briefing, achou-se que a imagem perfeita para contar esta história seria um livro. Com suas páginas amareladas e rasgadas, ele é a testemunha visual desta história. Por ter sido escolhida uma pintora e não uma escritora, esta seria uma história pintada, não escrita. Os fatos se iniciaram há muito tempo atrás, em um país distante,  onde uma  vida de trabalho e relacionamento começou a ser construída e deram  continuidade  em outro continente, numa celebração a todos estes anos.  Aliás, o nome do quadro "Es war einmal

" tem tudo a ver com a  história contada  através de imagens.

Todas as histórias começam com "Era  uma vez ..."  A cidade histórica de Herzogenaurach, cidade sede da INA, serviu como  moldura perfeita para o princípio da história. A imagem inicia com personagens em movimento, num vai e vem, às vezes levando as peças de um lado para outro do livro uma alusão ao trabalho. Tanto o personagem que cola o papel rasgado com durex como o malabarista, são referências às situações no dia-a-dia de trabalho, que precisam ser consertadas com mãos hábeis! 

Na paisagem da direita, a interação dos personagens com as peças continua num clima de brincadeira e alegria, sugerindo uma nova fase de vida mais leve e descompromissada.  A fase da vida "campestre" do vinho saboreado à sombra de uma árvore com os amigos (e com o outro amigo tão importante, o de quatro patas),  do chinelinho tão confortável ...  A identificação que estava no crachá usado pelo sr. Thieleman por anos a  fio foi substituída pela foto do barco. Talvez este crachá, com esta  foto, retrate bem melhor a sua expectativa para os anos que se seguirão.  Como não seria possível retratar todas as peças fabricadas pela INA optou-se por algumas, como o balancim que marca a página do livro uma peça  com uma plasticidade incrível ! Como o rolamento de esferas, onde o personagem que está comemorando com o amigo está sentado, o anel interno, que está sendo observada por um personagem; a gaiola de agulhas que serve de apoio para o personagem no canto direito da tela; ou pelas esferas e agulhas, que servem de brincadeira para os outros integrantes desta história.  O carrinho de madeira é uma referência ao início singelo de uma empresa tão importante e que se encaixou tão bem dentro da imagem.  O galho quebrado é a ponte entre o passado e o presente, que são sempre  referentes.  O número à direita, no canto inferior da página (1903) é o dia da dupla  comemoração.: o nascimento de Heinz Thielemann e o início de sua nova  vida.


FILM FESTIVAL

film festival - 200 

Como artista plástica, sou apaixonada por teatro e principalmente por cinema, que tem uma capacidade mágica semelhante a da pintura - te leva a  diferentes lugares e sugere imagens que só a sua mente pode criar. 

Ao longo da vida, fui acumulando imagens de filmes que me tocaram de alguma forma e que estão nesta imagem.  Criei uma sala de exibição, onde personagens importantes, como o Homem de Lata, o ET, Drácula, Frankenstein, Carmem Miranda.estão  presentes como simples expectadores assistindo a um filme (As aventuras  do Barão Munchausen - que tem uma cenografia maravilhosa) do diretor  Terry Gilliam, que é fascinado pela fantasia, assim como eu .  Misturei épocas e personagens que não se encontrariam, se não fosse por minha vontade.

Aí está para mim o fascínio da arte - ter o poder de criar , assim como os maravilhosos diretores, atores, roteiristas de  cinema , etc ...  Esta será uma longa série , pois o material é muito rico .


FLORENCE

florence - 200 

Este é um dos meus preferidos. A idéia toda partiu do desafio de fazer alguma imagem com este tipo de perspectiva. Os livros em volta "fecham" a imagem como se fosse a moldura do quadro. O japonesinho fantasiado está tirando fotos das imagens do livro. Com certeza ele saiu de alguma página,  assim como o avião e os barcos. Bem a direita, onde está a caixa de fósforos, tem um brincadeira: dois dos palitos de fósforo, são pessoas  apreciando a paisagem.


FOR SALE

for sale - 200 

Há uns anos, fiz um quadro chamado "Not for Sale" . Esta é a paródia dele.  Adicionei elementos "reais", como a minha mão e a etiqueta com as palavras  "for sale", que é justamente o inverso de "not for sale".

 

FROM HOLLAND TO ARUBA

from holland to aruba - 200 

Uso muito material de viagens e este é um típico caso onde me inspirei após a volta de uma viagem que fiz à Aruba.  A influencia da colonização holandesa aparece nos casarões. Passeando ao fundo podemos ver personagens tipicamente  holandeses.


GAME TOUR

game tour - 200

Adoro os personagens do jogo de baralho. Reis e rainhas, curingas... Quantas histórias maravilhosas se escondem por trás desses rostos passivos!

Em alguma parte da minha mente continua, ainda,persistente a criança criativa e foi nesta linha que imaginei a cena toda se desenvolvendo em cima da velha escrivaninha que fica em meu atelier. Tudo nessa “sala”, a não ser os livros que são reais, tem o clima da fantasia de um jogo imaginário, onde as cartas do baralho tomam vida e atitudes por si só.

A rainha foi inspirada na rainha louca de “Alice no País das Maravilhas”. O curinga, o personagem mais brincalhão e traiçoeiro de todos, tem três mãos e cartas escondidas nos dedos dos pés. O valete e a dama completam as duplas.

Ao fundo, como que numa outra época, homens com perucas jogam também e participam da cena principal através de um artifício que usei, brincando com os planos.

 

GREVE GERAL

greve geral - 200 

A idéia surgiu de uma brincadeira que eu fiz com o meu marchand, dizendo que eu iria organizar uma greve de pintores nas galerias.  Os pintores em greve na tela são pequenos tubos de tinta, suas boinas, as tintas saindo dos tubos e alguns de braços cruzados demonstram uma atitude típica de greve.  Como eles pararam no meio da obra, a tinta começou a escorrer e a obra ficou por terminar.

 

I-ME-MINE

i-me-mine - 200 

Este é um dos poucos quadros que ficaram para mim. Desde o início, no seu projeto ainda, já sabia que seria meu. Por isso o nome "I Me Mine", que também é o nome de uma música dos Beatles. A menininha na foto sou eu.

 

JANELA DISCRETA

janela discreta - 200 

O Título é uma paródia a um outro quadro meu : "Janela Indiscreta".  Em uma mesma imagem, observa-se a realidade, o quebra-cabeça e o papel  rasgado.

 

JUNHO

junho - 200 

Faz parte de uma série (ainda não terminada) de folhas de um calendário.  O homem está remando, distraído e não percebe que está prestes a sair da  imagem - vide remo.

 

LEMBRANÇAS DE VENEZA

lembranas de veneza - 200 

Recebi um postal de Veneza e aos poucos ele começou a tomar vida,  prolongando a imagem.

 

LEONARD CHESHIRE

leonard cheshire - 200 

Através de imagens e símbolos, esta pintura conta a história do Lord  Leonard Cheshire e sua fundação, a Leonard Cheshire Foundation.  A estrutura principal do quadro é no formato de uma torre de Babel ,  (onde segundo a Bíblia nasceram os vários idiomas) remetendo aos 57  países onde a fundação atua e as várias línguas que são faladas e costumes  diversos de cada país.  A ação toda da história começa a esquerda, abaixo com uma foto antiga do  piloto Leonard , na época da Segunda Guerra Mundial.  O piloto inicia toda a ação,  "idealizando" através do desenho e de um  recorte com personagens unidos numa só intenção, o que seria a futura  fundação : pessoas numa só sintonia - ajudar o próximo.  Do papel, os personagens criam vida e começam a dura tarefa de muito  trabalho , união e construção.  Há o personagem que carrega as pedras, os que ajudam na construção das  casas, o que ampara a senhora idosa e a " protege " da chuva, (o guarda  -chuva tendo o papel símbólico de proteção) e os personagens que eu chamo  de construtores do quadro, da imagem em si: a mulher (de verde e  amarelo para homenagear o Brasil), que está pintando a base do alicerce e  ao mesmo tempo se inspirando , vendo a imagem do Lorde Cheshire, (que  foi de certa forma como me inspirei o tempo todo enquanto elaborava o  quadro), o homem acima desenhando a outra foto antiga que usei , com a  imagem de uma  Casa Cheshire, como eram chamadas as casas, em Dehra Dun , na Índia.  Outros símbolos que usei:

- O  "fio condutor" , que é o ideal de todos na construção e  manutenção da   fundação. Se inicia no personagem de papel desenhado pelo  Lorde Cheshire, serve como ajuda na subida dos primeiros personagens  trabalhadores , passa pelos idosos sentados no banco , aparece na mão da  criança dentro da foto antiga de Dehra Dun, serve como base para amarrar  o andaime ... e volta até a pintora, numa alusão ao círculo de estímulo e  ajuda que uma fundação precisa para continuar ativa e funcionando em  tantos países diversos e distantes .

- A bandeira Britânica em cima do cavalete , onde se vê a  inscrição : "Men at  work". Homenagem ao país de origem do Lord  Cheshire.

- A Igreja, que não poderia faltar quando se fala a respeito de  um homem tão voltado para a religião .

-  A concha (uma alusão à patrocinadora do projeto, Companhia  Shell) que ampara a pessoa com deficiência de locomoção. O personagem  acima, segurando a cesta de basquete, dando um sentido de " leveza" à  imagem.

- Os aviões, numa alusão clara à Lord Cheshire, piloto mais  condecorado na história da RAF.

-  Fiz interferências nas fotos antigas, para mostrar que o futuro também atua no passado.

- Por fim, na montanha, o leve esboço da imagem do idealizador de  tudo, que continua presente nas mentes de todos os envolvidos na  fundação.

 

LÁPIS DE TRÓIA

lapis de troia - 200

Este é o segundo quadro da série baseada na "Torre de Babel" de Brueguel.  A idéia é de uma forma geral, mostrar a evolução da humanidade. Comecei  pelo idealizador, que é o desenhista da torre - no arco de baixo à  esquerda. À direita tem a torre da sabedoria, toda feita de livros,(era  medieval) sendo atacada por pessoas que estão num "lápis de Tróia" – época  das guerras. À esquerda, mais ou menos no meio, a época mais desenvolvida,  com uma arquitetura mais evoluída e as feiras ao ar livre. Por fim, a época da era industrial, com os trens e aviões.  É claro que não me esqueci dos artistas, como por exemplo o escultor.


MR. BOOTS

mr boots - 200

Seguindo mais ou menos a idéia de que "dentro" dos livros pode-se achar um  mundo, usei os livros antigos como base para contruir esta cidade  italiana.  A idéia do joker que se liberta da carta e sai para pescar a sua própria  bota, é para dar a sensação de movimento.

 

MY WINDOW'S VIEW

my windows view - 200

Este é o primeiro da série dos quadros vistos de cima.  Sendo uma arquiteta frustrada, gosto de brincar com a arquitetura de  cidades conhecidas... Aí temos Roma (frente a esquerda), a direita Veneza  e ao fundo Amsterdam antiga.  As "pegadinhas": No meio a esquerda, tem umas pessoas numa escada, jogando baldes de água, no prédio ao lado. Isto se transforma em uma floresta com cascata. Neste mesmo prédio do meio (o da cascata), há duas pessoas na janela, bem próximas a água. A da esquerda tem sua imagem refletida na  água, mas a da direita...

 

NOT FOR SALE

not for sale - 200

As vezes faço quadros com uma mensagem mais simples, como este.  A idéia é a de um "trompe", um quadro que está em uma moldura velha. O passe-par-tout está desfiando, a gravura se deslocou do lugar e há um  aviso colado com durex que diz: Not for sale , ou seja, não está a venda  pois ainda precisa ser restaurado.

 

O CIRCO

o circo - 200

As vezes gosto de brincar de arquiteta e criar cidades. Assim criei uma  praça que está recebendo "O Circo". No todo é um "Canvas Back" - a parte  de trás de um quadro - e a cena principal, é do arlequim triste, (sentado  no chassis da tela) sendo consolado pelo palhaço da Comédia Dell'Arte.

 

O DIRETOR

o diretor - 200

 Este é um dos meus preferidos ..  A idéia é homenagear os pintores maravilhosos que souberam retratar Veneza  (como Canaletto , Tintoretto, Guardi) com tanta maestria e ao mesmo  tempo com alegria e também os restauradores que preservam estas  maravilhas.

Fora do quadro, já na moldura, há uma ação: um papel colado com durex  escrito : per restaurare (mensagem para o restaurador). Há também uma  cadeira de diretor, pois é assim que me sinto como pintora: "dirigindo" a  pintura , os elementos familiares a quem pinta, como o tubo de tinta, a  paleta, o avental pendurado ... e por fim o personagem que está  restaurando a moldura. O pincel preto que está pintando o quadro, é como o meu alter ego.


O INTELECTUAL 

o intelectual - 200

Paixão pelos livros sempre pauta a escolha dos objetos que seleciono para estar em uma obra. Neste, a ideia do movimento está presente na dança da bailarina, no trem em movimento e no alpinista. O conjunto de livros forma uma cabeça, com o cabelo, óculos dentes e língua e uma camisa.


OS DOZE ERROS

os doze erros - 200

Outro resgate de infância. Gostava muito das revistinhas de palavras cruzadas e principalmente do jogo dos erros. Criei então uma imagem onde coloquei propositadamente doze erros.  Se você não conseguiu descobri-los :

 

  1 - Dado com sete pontos;

  2 - Carta Dama de Paus com a cor vermelha (o certo é preta);

  3 - Carta Dama de Paus com bigode;

  4 - A ponta do lápis é a ponta de uma caneta esferográfica;

  5 - Falta um pedaço da corda que prende esta caneta;

  6 - Na foto falta a roda da bicicleta;

  7 - Na mesma foto há uma mosca e a sobra é uma borboleta;

  8 - Shakespeare como autor do livro "Os Lusíadas";

  9 - Envelope de carta com cores azul e vermelho. Uma é verde;

10 - Selo neste envelope : imagem invertida;

11 - Livro "Surrealism" com uma letra "R" invertida;

12 - Flores na taça sem o caule.

 

OS SALTIMBANCOS

os saltimbancos - 200

Série Veneza.

A trupe da Commédia Dell’Arte, descansa dentro de um dos arcos da praça.

À esquerda vemos o eterno trio apaixonado. O Pantaleone que é apaixonado pela bailarina que ama o Arlequin...

 

PALETA RENASCENTISTA

paleta renascentista - 200

Outra idéia mas referente ao formato propriamente dito da tela. Ela tem  realmente o formato de uma paleta. Da esquerda para a direita, os  pontinhos de tinta vão se transformando, pouco a pouco, num personagem (à  direita) que está pintando o quadro. No ponto em que ele parou, a tinta está escorrendo.

 

PESCANDO SONHOS

 

pescando sonhos - 200


Composição com livros. Uma encomenda onde uma menina com o seu cachorro e um menino seriam personagens principais. As situações absurdas, como um menino pescando barcos de papel, “vestido” com um barco sempre me encantam!  Gosto muito de ter peças (como os livros) envelhecidas porque elas nos falam da lenta passagem do tempo e também da beleza contida no que envelheceu. O barco içado por um balão compõe o universo infantil e também dá o toque de movimento.


REFLEXOS

reflexos - 200

Esta obra também foi sugestão do colecionador que a encomendou.

A idéia gira em torno das brincadeiras com planos, imagens que se confundem e coisas que parecem, mas não são, como num jogo de espelhos  na história de “Alice in Wonderland”.

Mandei fazer um espelho de 3 folhas e fiz uma montagem (como um cenário) com um vaso de porcelana meu.

O vaso real, tem duas imagens minhas impressas: “Game Tour” e “The trip”, já na imagem refletida no espelho à direita, surge uma outra imagem, “The Drop”.

Existe também uma brincadeira com as pequenas gôndolas e os barquinhos (nem todos estão no local que deveriam...)

Há um personagem (à esquerda) que está varrendo as letras soltas no papel. No reflexo desta mesma imagem, as letras se transformam em pequenas pessoas que tentam fugir desesperadamente da vassoura.

Esta mesma vassoura aparece à direita (no reflexo) mas agora sem o personagem!

 

SÉCULO XX

seculo xx - 200

Para mim, esta é a estória dos meios de locomoção. Trem, aviões, carro, bicicleta, barcos carruagem, bondes e até uma gôndola. Todos convivem, muito bem, independente de suas épocas numa paisagem fictícia.


STRANGER THAN FICTION

stranger than fiction - 200

Às vezes imagino as minhas obras em takes de cinema... um quadro na parede, as imagens começam a ter vida e..ACTION!!!

A antiga paixão por livro se aglutina nesta biblioteca imaginária. O link com a literatura (além da parte explícita dos livros e da biblioteca) e com escritores tais como Humberto Eco e J.L.Borges, que também pensaram em bibliotecas imaginárias.

No “Nome da Rosa” Umberto Eco tem um sonho de que existia uma biblioteca com prateleiras sem fim, como num jogo de espelhos com passagens secretas.

Em paralelo na minha obra, o trem está em movimento, saído não se sabe de onde (qual livro?) com a sua fumaça enganando os olhos que vêem uma nuvem (?) que cobre aos poucos um mar imenso com barcos que quase não se pode ver de tão longe que estão.

O que se vê é só o que a moldura enquadra, mas há muito mais!

J.L. Borges escreveu a “Biblioteca de Babel” e também imaginou uma biblioteca que continha toda a informação do mundo, em todas as línguas.

O paralelo com a minha obra também é grande.

A imagem da biblioteca sugere idéias e temas que se misturam, a ação parece caótica e lá tudo pode acontecer, até uma ameaça explícita entregue pela mão do bibliotecário sem rosto: a obra de Ray Bradbury “Farenheit 451” faz também uma ameaça tendo um fósforo queimado numa alusão ao próprio conteúdo do livro!

A referência à passagem do tempo no próprio livro em destaque e no passe par tout desfiado revela a sabedoria que só o próprio tempo e o conhecimento dão.

O cinema (Gene Kelly em dançando na chuva e Gilda) já faz parte do meu ideário, assim como os livros que me acompanham nas minhas obras há muito tempo.

THE FALLS

the falls - 200

Este é um quadro de uma série (de dois até agora) com imagem vista de cima.  A parte do canvas back, onde a tela está esticada com cordas, deu um  efeito bom que quero desenvolver em outros quadros.  O nome do quadro "The falls" vem da cascata ao fundo da imagem.  Fiz algumas "pegadinhas" aqui.Entre a ponte do fundo e a da frente, há  água. A partir daí, a água se transforma em chão. No primeiro prédio a  esquerda, está nevando - só neste prédio. No prédio do meio no alto, há  uma ponte, e embaixo dela, um canal com gôndolas.  O maravilhoso da arte é isto: o exercício do impossível!


THE TRIP

the trip - 200

Livros novamente.. a fonte de muitas inspirações ...  Como as pessoas viviam me perguntando de onde vinha a minha inspiração,  resolvi dar a resposta usando o discurso metalingüístico e a minha forma lúdica de pensamento.  Usei elementos já usados em outros originais, como a gondola, as  bailarinas, o personagem da Commedia Dell'Arte (o mezzetino), o trem, carta... e acima de tudo, declarei a minha paixão por bibliotecas, pelo  lugar tão mágico que encerra tanto conhecimento e que pode ser fonte de  inspiração inesgotável.  "Emoldurei" o quadro com os próprios livros e acabei criando um novo  personagem que já apareceu em outros dois quadros posteriores: o  mergulhador que está surgindo da agua, subindo a escada. Não me perguntem o seu significado: ainda não sei!

 

TORRE DE BABEL

torre de babel - 200

Este é o primeiro da série "Torre de Babel" - baseado no quadro de  Brueguel.  Dizem que foi a partir da torre de babel, que surgiram as diferentes  línguas no mundo.. a partir desta idéia pintei diferentes prédios, com  arquitetura diferente, não me importando com as épocas.  Ao mesmo tempo que retrato uma enorme torre, coloco à esquerda, um garoto  assinando o quê ele construíu.. um castelo de areia.

 

WORLD OF MISTAKES

world of mistakes - 200

ERROS:

01 - Livro vermelho na vertical, à esquerda :  Maquiavel não escreveu  “ La Principessa “  e sim, “ Il Principe “ 

02- O dado de madeira que está à esquerda, amarrado ao livro. Esta é uma posição impossível, pois o barbante não vai até o fim do livro.

03 - Caixa de fósforos com a imagem voltada para frente:  onde deveria estar escrito Pinheiro, lê-se Dinheiro. 

04 - Na mesma caixa o pinheiro da imagem original, tem quatro hastes e não três. 

05 - Ainda nesta caixa, a parte escrita está de cabeça para baixo. 

06 - Prateleira do meio: não tem continuidade à direita.  

07 - Dado de madeira parte superior à esquerda: não existe  31 de Fevereiro.

08 - Caixas de fósforos (duas juntas): o trabalho das  figuras é sempre em  marrom,  mas alguns são vermelhos

09 – Nesta mesma imagem: dentro de uma delas, está um palito de dentes e não de fósforos.

10 - Carrinho amarelo: não tem a roda de trás.

11 - A roda da frente não tem o desenho do aro. 

12 - Livro sobre filosofia. O título correto é  “O Mundo de Sofia” e não “O mudo de Sofia”. 

13- Na caixa de band-aid está escrito band-id.

14- A fita amarela que pende de um livro está numa perspectiva impossível, pois não poderia estar no livro da frente e ao mesmo tempo fazer sombra   (como  se estivesse mesmo encostada) no livro do  fundo .

15-No postal de Paris: o selo verde está no poste e não no postal. 

16- No mesmo postal:  falta um “s” Na  palavra Poste.

17- Ainda no postal, e no mesmo selo:  sumiu a faixa com o nome do país

18- No postal, selo vermelho: está escrito Republique Belga, quando deveria ser Republique Belgique. 

19-  postal: na imagem, o poste preto  não tem as hastes  que sustentam a parte de cima.

20-  No postal:  a data que está  na imagem, 22 de Dezembro de 1947, não caiu numa quarta-feira e sim numa segunda.

21-  Livro à direita, no canto inferior   a lateral da direita é mais larga do que a  da esquerda.

22 - Sombra do livro projetada na estante: está incorreta, pois esta parte do livro está inclinada  e  a sombra está reta.

23-  Garrafa de vinho:  a tampa é de cerveja e não de vinho. 

24 - No rótulo da garrafa na  coroa, falta uma bolinha. São nove ao todo

25 - Ainda no rótulo:  um erro muito especial, pois expirará a partir do ano de 2010. O quadro passará a ter um erro a menos. 

26-  Imagem dentro do livro aberto (centro do quadro):  o relógio mole de Salvador Dalí só mostra os números 5, 6 e 9.

27- Neste mesmo livro,  no lado esquerdo, não existe o reflexo da imagem da cidade na água.